terça-feira, 1 de novembro de 2011

O QUE SOU?

Pensando em Jó 25.6

Carne e osso,
Nervo e sangue,
Ornamentados de sentidos,
Que carrego pela estrada;
Pela etrada desta vida.

Pela rota ainda obscura,
Quando apenas conhecido
Foi o ontem e não o agora;
O mesmo dia que foi manhã
No momento acontecido.

O que sou?
Ainda sou...
Mais por dentro que por fora.
Mesmo vendo o meu arcabouço,
Que a cada dia aflora;
Sei que ainda vou ao fosso
Sem saber a minha hora.

Todavia,
Sou um bendito!
Não sou mísero proscrito;
Não verei o meu opróbrio:
Ser comido de micróbios
Que não comem o meu espírito.

                                                 Rio,07/01/2010
                                                
O SONO DO JUSTO


Olho através da vidraça
Vejo que o tempo não passa,
Eu é que vou passando
A vida é como a fumaça.

Vai aos poucos diluindo...
É como vapor sumindo.
A vida humana é assim:
Cedo ou tarde chega ao fim.

O fim é o sono profundo...
O sono do "nunca mais".
Para quem ama este mundo,
Não sonha acordar jamais.

Todavia, para o justo
Há promessa e confiança!
Não há medo, não há susto
Ele sonha e tem Esperança

                                                       Rio, 3 de novembro de 1998